quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A Verdadeira Juliana

Finalmente a máscara caiu. Daquele casulo apodrecido saiu uma linda borboleta. De certa forma essa capa protetora me serviu para alguma coisa. A larva entra bruta, feia e inocente no seu casulo, lá dentro muitas coisas acontecem; coisas boas e ruins. Depois de tantos traumas, do auge do sofrimento, é impossível sobreviver com aquela coisa maligna envolta de seu corpo e sua alma, e então ela se liberta! A casca é dura e ela se fere, mas consegue finalmente abri-la.
Vulgaridade, agressividade e desamor próprio eram os componentes de minha casca. Feria-me e me queimava a cada segundo, chorava desesperadamente por dentro, cortava minha pele na esperança de aquele mal sair de mim junto com o sangue. Era em vão, sempre que saía havia 1000 vermes para empurrá-lo para dentro de mim novamente. Eu era um fantoche prostituído em troca de amor. Esmolas de amor. Houve muitos momentos em que me esqueci da menina comportada e decente que gritava dentro de meu subconsciente, implorando para voltar a habitar meu corpo e minha mente. Até que no momento certo eu encontrei um ser que me mostrasse a chave do porão escuro em que a guardei por medo.
Todas as grades se partiram, a garotinha pôde se materializar novamente em meu ser. Com a maturidade que o sofrimento me causou e a esperança que me invadiu, minha doçura e meu cuidado por mim mesma ressurgiram. Um sorriso satisfeito traduz minha segurança de que estou no caminho certo caminhando com passos firmes. Não existe mais barreira entre eu e a minha felicidade. As ofensas e os olhares de desprezo deram lugar a respeito e sorrisos sinceros e orgulhosos. O erotismo ainda existe em mim, mas aparece nos momentos certos e para quem realmente o merece. Quem me quiser que lute por mim, tudo que tem valor não chega com facilidade. Daqui para frente o amor e a esperança reinarão em minha alma. Eu renasci das cinzas, sou a própria fênix.