Morte. Como lidar? Em um dia uma pessoa está ao seu lado sorrindo, brincando, lhe abraçando, e no outro... Já se foi. Eu nunca perdi ninguém essencial em minha vida, deve ser a pior de todas as dores, a dor da perda eterna. Só em pensar que nunca mais verei aqueles olhos brilhantes, aquele sorriso vivo, aquela pele corada e tudo mais de maravilhoso que ela tinha, meus olhos se enchem d’água.
Mas sempre tenho aquela reflexão: o que há depois da morte? Será mesmo um sono eterno? Ou nossa alma realmente será julgada e salva ou condenada ao fogo eterno? Ou apenas transitaremos de corpo em corpo, para sempre? Eis a grande dúvida de todos os tempos, e creio que sempre será. Não é fácil se desprender de alguém que você convivia, até se uma pessoa que eu estou acostumada a brigar morrer, eu vou chorar. A convivência faz muita falta. A voz, o jeito, tudo faz muita falta. Fotos, vídeos, músicas, tudo nos lembra daquele que se foi, e é como se metade de nós fosse junto. Fica um buraco dentro de nosso peito, um buraco intampável por bastante tempo. E a cada lágrima derramada uma lembrança dos bons momentos invade a nossa mente para nos atormentar de saudade... A morte é cruel principalmente pros que ficam.
Imagino também que morte pode ser uma libertação. No além não haveria violência, dor, sofrimento, tristeza, apenas paz e coisas boas. Um período de descanso. Mas será que as almas dos mortos ficam nos olhando de lá do céu, ou de onde quer que elas estejam? Talvez sim, talvez não. É mais confortante pensar que morrer é como dormir, você nem sente que está vivo ou morto, não sente nada, e não vai para lugar nenhum, nem céu, nem inferno. Já basta todas as punições daqui da terra, pra que mais? Não quero mais. Não pode haver mais do que simplesmente descanso. Ou melhor, um recomeço, só que em outro corpo. Seja lá o que for a morte, só tenho uma certeza: um dia todos nós iremos descobrir o que há por trás dela.
Então, aos vivos deixo este recado: viva com todas as pessoas e trate-as o melhor que você puder, ao menos faça alguém sorrir. A vida é muito curta para ser ruim. Outro dia, um amigo me disse “a vida é um quadro em preto e branco, nós é que temos que colori-la”. Vamos colorir a nossa vida, porque no fim, tudo se termina ou em luzes ou em escuridão.