domingo, 12 de junho de 2011

Nosso Caminho

Estou quase morrendo neste frio que me consome a cada lágrima derramada de rancor. Tantos rasgos já foram feitos na minha pele de couro, e as cicatrizes das remendas ainda aparecem. Continuo caminhando na estrada tortuosa, que me leva de nada a lugar nenhum, pelo menos por enquanto. E parece que quanto mais me batem nessa prisão psicológica, mais forte eu fico e mais estímulo para continuar andando eu tenho, não sei de onde, mas eu tenho.
O sol escaldante sobre os meus longos cabelos negros às vezes me faz parar para descansar, mas a vida não para, então eu também não posso parar. E apenas na arte de observar aprendo como me proteger, como machucar os outros, como aquecer quem não tem mais esperança, entre mais coisas essências para se viver. Até que chega certa hora onde seus pés chega sangram de tanto caminhar e nenhum destino encontra, seu corpo semi-morto se joga no chão a chorar e corroer sua memória com as lembranças podres de um passado amargo, mas eu juro que enquanto eu tiver braços para me arrastar até o final, eu chegarei lá. E é isso que eu continuo fazendo, mesmo com todo o frio, com o sol escaldante e o ardor do rancor, não devemos parar de caminhar, porque no fundo eu sei que o lugar nenhum tem um propósito, e o chama assim quem ainda não o encontrou. Um dia todos encontram, tenho certeza.

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