domingo, 17 de julho de 2011

Víbora de Amores


A crueldade dela desperta com um pedido. Ela pode nem ligar para a sua existência, mas se você quiser fazer parte da vida dela, não poderá mais sair ileso. Parece tão pacífica, tranquilamente feliz, esconde trás de um sorriso luminoso uma língua tão afiada que fará sua boca sangrar por meses. Um mero despertar para ela se torna uma obsessão implacável, onde o objetivo é ser a mais fria e mais quente ao mesmo tempo. Quanto mais perigoso, mais desejado, e a conseqüência maléfica é como uma gasolina para ela, sua ausência de apego prolongado e gosto pelo prazer carnal são algumas de suas maiores virtudes. Porém, seu olhar não é o melhor mentiroso, se observar profundamente no terreno castanho escurecido, notará a amargura, frieza e excitação que a toma quando está no auge de seu “joguinho sentimental”.
Perfumes para ela são inesquecíveis, toques em locais apropriados sempre são bem vindos, quanto mais inusitados os momentos em que essas provocações acontecerem, mais envolvida ela ficará. É praticamente obrigatório que as pessoas que passam por sua vida, ao menos por alguns dias, levem alguma marca de que você esteve com elas, um corte, um hematoma, qualquer assinatura carnal feita por ela é cabível, afinal, marcar seu espaço é essencial. Liberdade de toque também é imprescindível, é o que ela mais aprecia em uma relação passageira. Se divertir o máximo que puder em um pouco intervalo de tempo e sem ligação sentimental da parte dela é um prato cheio pra quando está solteira. Para ela, tudo é intenso, mesmo que efêmero, é uma parte de sua vida depositada ali, com aquela pessoa, com aquela ação, com aquele tempo ganho ou perdido.
Uma menina de longe angelical, gosto apimentado e arguciosa como uma serpente, eis o que a define, de passagem.

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