sexta-feira, 15 de abril de 2011

Faca de Dois Gumes

No meio de álcool e cheiro de sexo, minhas risadas alucinadas se juntam aos gemidos das vadias formando a melodia ideal para esta noite. Não estou a fim de nada sério, vamos todos brincar, quero gritar até explodir os seus ouvidos! Pois então que tentem me segurar, será em vão, minha libertinagem está em nível máximo e meus escrúpulos sumiram (acho que foi por conta da vodka)! Dançando loucamente, não mais a dança das virgens e sim a dança das pecadoras... E você me acompanha nessa risada demoníaca, entorpecida pelos efeitos do orgasmo.
Línguas se misturando, corpos se tocando mutuamente, o que há com o mundo? Sim, este é o futuro. É o futuro de todos os condenados aqui. É a prisão mais deliciosa em que eu já estive, é o gosto da liberdade de toda moral e dos malditos bons costumes. Que criancinhas e animais brinquem conosco, é insano, mas faz parte do ritual de morte eterna. Morrer no prazer, queimando de desejo, demônios bailando com a gente. Está mais do que divertido, é sobrenatural.
Só em dizer que existem 2 de mim, ninguém acreditaria. Enquanto uma com seu corpo quente e impuro tenta te levar ao fogo eterno, eu seguro a minha cruz bendita com toda a força e vigor, pois ela é a minha salvação deste abismo em que eu mesma estou me enterrando. E debaixo da terra, o que mais valerá? E a vodka? As vadias? Os gemidos agonizantes e risadas assustadoras? Nem sangue eu terei mais para brincar de disseminar minha maldita doença.
Que doença? Apenas a praga em minha mente que me acorrenta em meus próprios princípios, que venda os meus escrúpulos e liberta-os de vez em quando, deixando-me doce e amarga ao mesmo tempo. A única saída é esperar o canto dos anjos... Mas os de cima ou os de baixo cantarão para mim? Espero que os de cima.

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